domingo, 9 de agosto de 2015

MENSAGEM PARA O DIA DOS PAIS


Chegamos ao mês de Agosto, e como é costume neste mês, comemoramos o Dia dos Pais. É um momento especial onde nos reunimos como família para almoçar juntos e presentear os pais. Todavia, gostaria de deixar esta mensagem aos pais no sentido de que pudéssemos refletir sobre o que Deus espera de nós como pais. Pensei em alguns pais cujas histórias estão relatadas na Bíblia, histórias das quais podemos tirar lições para nossa responsabilidade paterna atual.
Quero começar com Abraão. Certamente Abraão foi uma influência muito positiva na vida de seu filho Isaque. Ensinou-o a temer a Deus e também lhe ensinou preciosas lições sobre a fé. Todavia, uma coisa que me chama muito a atenção em relação à vida de Abraão e que terminou sendo uma influência negativa da vida de seu filho, foi o fato de por duas vezes Abraão ter mentido, dizendo ser Sara sua irmã, quando na verdade era sua esposa (Gn 12.10-20; 20.1-18). Embora possivelmente Isaque ainda não fosse nascido quando Abraão mentiu quanto à sua esposa Sara, esta atitude de Abraão foi uma influência negativa da vida de seu filho. Isaque deve ter ficado sabendo deste comportamento de seu pai, pois anos depois, submetido a uma situação de pressão, Isaque imitou seu pai cometendo o mesmo erro, ou seja, mentindo sobre o fato de Rebeca ser sua esposa (Gn 26.6-11). Através deste exemplo podemos ver como os filhos imitam os pais em suas ações, tanto positivas como negativas.
Outro pai interessante foi o patriarca Jacó. Teve doze filhos, e seu erro, que lhe custou muita dor, foi o fato de dar preferência a um de seus filhos, no caso José, em detrimento dos outros. Por causa desta preferência de Jacó em relação a José, os irmãos de José, tomados de ciúmes, o venderam como escravo ao Egito, e simularam sua morte para o pai Jacó que por muitos anos sofreu a perda do filho, achando que este estivesse morto (Gn 37.2-35). Esta história é uma lição para nós hoje. Nós pais, devemos evitar a parcialidade paterna, ou seja, devemos amar a cada um de nossos filhos da mesma maneira, evitando dar preferência para um em detrimento de outro, sob pena de sofrermos muitas dores no futuro.
O exemplo de Josué como pai, é o exemplo do líder do lar que está decidido a levar sua família a servir ao Senhor. Em seu discurso buscando levar o povo a renovar sua Aliança com Deus, Josué disse: “… escolhei hoje, a quem sirvais … Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). Infelizmente, temos visto hoje muitos pais que não estão nem um pouco interessados em conduzirem suas famílias de forma firme no sentido de servirem ao Senhor. Esta atitude certamente trará tristes resultados no futuro. Como precisamos de homens com a atitude de Josué em nossos dias!
Samuel, também nos traz uma história a ser considerada. Quando criança, Samuel foi usado por Deus para repreender o sacerdote Eli quanto à maneira errada que ele criara seus filhos e quanto ao fato de como Eli era negligente em relação aos pecados de seus filhos (1 Sm 3.1-18). Todavia, embora Samuel tenha sido um grande profeta, sacerdote e juiz em Israel, Samuel caiu no mesmo erro que o Senhor lhe tinha usado para repreender o sacerdote Eli, ou seja, falha na criação de seus filhos (veja 1 Sm 8.1-3). Que como pais, tomemos este exemplo e não venhamos a falhar na criação de nossos filhos para evitarmos dores futuras. Devemos criar nossos filhos na disciplina e admoestação do Senhor (Ef 6.4).
Permita-me agora falar sobre Jó, um pai exemplar, um pai sacerdote. Jó é o exemplo de um pai intercessor, que sempre se preocupava com o bem estar espiritual de seus filhos diante de Deus, um pai que orava e clamava por seus filhos. O texto bíblico nos diz: “… chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles … Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1.5). Que à semelhança de Jó, nós como pais possamos ser intercessores de nossos filhos e verdadeiros sacerdotes de nossos lares!
Quero encerrar esta reflexão, lembrando de um pai que representa o próprio Deus, que deve ser nossa inspiração máxima com pai. O pai do filho pródigo, da memorável parábola contada por Jesus, é o exemplo de um pai amoroso, gracioso e perdoador (Lc 15.11-24). Apesar de seu filho tê-lo desprezado, pedindo sua parte na herança antes de seu falecimento, e tê-lo abandonado, gastando todo o seu dinheiro de forma dissoluta, o pai esteve de braços abertos para recebê-lo de volta e perdoá-lo quando o filho voltou arrependido. Esta história ilustra o amor de Deus para conosco, que está sempre pronto a nos receber de volta, mesmo depois de nossos desvios. Que como pais, procuremos imitar o pai do filho pródigo, ou seja, imitar o próprio Deus: que sempre estejamos de braços abertos para acolher nossos filhos e ampará-los em seus momentos de necessidade, de vergonha, de dor e até mesmo de desvio. Que o Senhor Deus nos ajude a sermos pais segundo o seu coração. Feliz Dia dos Pais e que Deus nos abençoe!

Pr. Ronaldo Guedes Beserra.


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A Lascívia

por Ronny E. Hinds

Dela, pouco se fala.  Ao lermos o texto, passa despercebida.  Talvez achemos difícil pronunciá-la. Deve ser realmente terrível, perversa, corrupta.  Mesmo ao pronunciá-la, sentimos que precisamos do famoso sabão na boca para limpá-la.  Na verdade, é o poço do pecado.
Se você se sente assim com respeito a essa palavra, então fico contente.  É pelo menos um indício de que a sua vida não está sendo corrompida pela lascívia.  Isso porque a lascívia opõe-se diretamente à vergonha do pecado.  É o pecado que se esqueceu de como "ficar vermelho".  É um procedimento desavergonhado ­ sem limites, sem impedimentos, avançando apressadamente sem restrições.  Se alguma vez você montou um cavalo em disparada, talvez você entenda o sentido disso.  A todo vapor, fica extremamente difícil controlá-lo.  Ele corre, avançando para onde quer.
Paulo nos passa essa acepção da palavra quando escreve:  "Os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução" (Efésios 4:19).  São aqueles que perderam a capacidade de "sentir" o grau da gravidade de seu pecado.  O pecado deles não os incomoda mais, e pouco lhes importa quem tome conhecimento.  A Versão Revista e Atualizada usa a palavra "insensíveis".  Examinando o contexto desse texto, podemos observar expressões como:  a vaidade dos pensamentos, obscurecidos de entendimento, ignorância, dureza de coração.  Claramente, a pessoa não está pensando com clareza.  O discernimento entre o certo e o errado ficou escurecido e o pensamento enganoso tomou o comando.  Isso no fim resultará na incapacidade de enxergar o erro. Parecerá que está bem, e aceitável ­ "todo o mundo faz".
A palavra carrega a noção de "licença". Ela transmite a idéia de que uma pessoa dissoluta é alguém que crê ter o direito de fazer o que faz. Em Gálatas 5, Paulo levanta a questão da liberdade. "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou" (5:1). Mas ele adverte: "Não useis da liberdade para dar ocasião à carne" (5:13). Liberdade não é libertinagem. Liberdade implica policiar-nos ­ restringindo-nos, controlando-nos. Não há lugar para cavalos em disparada aqui.
Propositadamente evitei de fazer qualquer aplicação.  Agi assim porque quis pintar um quadro o mais abrangente possível do significado dessa palavra.  Claro está que sua aplicação encontra-se sobretudo no âmbito dos pecados sexuais ou sensuais.  É conhecida pelos seus companheiros: orgias, bebedices, promiscuidade sexual (Romanos 13:13); impurezas, fornicação (2 Coríntios 12:21); concupiscências (1 Pedro 4:3).  Mas não posso deixar de ressaltar que esses textos, assim como Gálatas 5, mostram pecados como contendas, ciúmes, iras, dissensões, facções, maledicências, difamações, arrogâncias, idolatrias.
Enfim, estou dizendo que a dissolução é a base de muitos pecados.  A dissolução, embora seja um pecado específico, deve ser vista como uma postura que temos para com os nossos pecados ­ sexuais ou de outra ordem.  Pode ser designada como uma postura "não-me-importa/não-quero-nem-saber".  O coração ciumento e a língua difamadora não encontram raízes na cegueira ilimitada no que diz respeito à culpa verdadeira desses pecados?  "Se eu fizer, não é fofoca."  O que semeia contenda e dissensão não tem a vaidade de pensamentos em que encontram apoio para agir como agem?  Não se envergonham desse procedimento desavergonhado.  São arrogantes e voluntariosos por causa da dureza de seu entendimento.  "O meu caso é justo."  O que fomenta a falsa religião nem pensa em redecorar a casa de Deus.  O cavalo segue solto, galopando!

É impressionante que, na tentativa de se livrarem da culpa e da vergonha, tornam-se escravos da pior espécie.  Enganados e seduzidos pelos seus desejos, são como escravos do barco amarrados aos remos de seus desejos ­ remando em direção às suas concupiscências.  Pedro fala dos falsos mestres que "proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens . . . prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor" (2 Pedro 2:18-19).
Que devemos fazer?  Seria de grande ajuda fazermos um estudo cuidadoso e refletido de 2 Pedro 2.  Esse texto trata desse pecado mais que qualquer outro capítulo da Bíblia.  Também precisamos ouvir a Pedro em , quando diz que o mundo "estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão".  Nossas vidas devem ser diferentes.  Paulo afirma:  "Já é hora de vos despertardes do sono . . . deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz . . . Andemos dignamente . . . e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências" (Romanos 13:11-14).  Evitar esse pecado não acontecerá por acaso.  Requer consciência, esforço concentrado de nossa parte.  E, se nos encontrarmos envolvidos nele, devemos saber que podemos ser perdoados.  Arrependa-se! (2 Coríntios 12:21)