por Ronny E. Hinds
Dela,
pouco se fala. Ao lermos o texto, passa despercebida. Talvez
achemos difícil pronunciá-la. Deve ser realmente terrível, perversa,
corrupta. Mesmo ao pronunciá-la, sentimos que precisamos do famoso sabão
na boca para limpá-la. Na verdade, é o poço do pecado.
Se
você se sente assim com respeito a essa palavra, então fico contente. É
pelo menos um indício de que a sua vida não está sendo corrompida pela
lascívia. Isso porque a lascívia opõe-se diretamente à vergonha do
pecado. É o pecado que se esqueceu de como "ficar
vermelho". É um procedimento desavergonhado sem limites, sem
impedimentos, avançando apressadamente sem restrições. Se alguma vez você
montou um cavalo em disparada, talvez você entenda o sentido disso. A
todo vapor, fica extremamente difícil controlá-lo. Ele corre, avançando
para onde quer.
Paulo
nos passa essa acepção da palavra quando escreve: "Os quais,
tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução" (Efésios
4:19). São aqueles que perderam a capacidade de "sentir" o grau
da gravidade de seu pecado. O pecado deles não os incomoda mais, e pouco
lhes importa quem tome conhecimento. A Versão Revista e Atualizada usa a
palavra "insensíveis". Examinando o contexto desse
texto, podemos observar expressões como: a vaidade dos pensamentos,
obscurecidos de entendimento, ignorância, dureza de coração. Claramente,
a pessoa não está pensando com clareza. O discernimento entre o certo e o
errado ficou escurecido e o pensamento enganoso tomou o comando. Isso no
fim resultará na incapacidade de enxergar o erro. Parecerá que está bem, e aceitável
"todo o mundo faz".
A
palavra carrega a noção de "licença". Ela transmite a idéia de que
uma pessoa dissoluta é alguém que crê ter o direito de fazer o que faz. Em
Gálatas 5, Paulo levanta a questão da liberdade. "Para a liberdade foi
que Cristo nos libertou" (5:1). Mas ele adverte: "Não useis da
liberdade para dar ocasião à carne" (5:13). Liberdade não é
libertinagem. Liberdade implica policiar-nos restringindo-nos,
controlando-nos. Não há lugar para cavalos em disparada aqui.
Propositadamente
evitei de fazer qualquer aplicação. Agi assim porque quis pintar um
quadro o mais abrangente possível do significado dessa palavra. Claro
está que sua aplicação encontra-se sobretudo no âmbito dos pecados sexuais ou
sensuais. É conhecida pelos seus companheiros: orgias, bebedices,
promiscuidade sexual (Romanos 13:13); impurezas, fornicação (2 Coríntios
12:21); concupiscências (1 Pedro 4:3). Mas não posso deixar de ressaltar
que esses textos, assim como Gálatas 5, mostram pecados como contendas, ciúmes,
iras, dissensões, facções, maledicências, difamações, arrogâncias, idolatrias.
Enfim,
estou dizendo que a dissolução é a base de muitos pecados. A dissolução,
embora seja um pecado específico, deve ser vista como uma postura
que temos para com os nossos pecados sexuais ou de outra ordem.
Pode ser designada como uma postura
"não-me-importa/não-quero-nem-saber". O coração ciumento e a língua
difamadora não encontram raízes na cegueira ilimitada no que diz respeito à
culpa verdadeira desses pecados? "Se eu fizer, não é
fofoca." O que semeia contenda e dissensão não tem a vaidade de
pensamentos em que encontram apoio para agir como agem? Não se
envergonham desse procedimento desavergonhado. São arrogantes e
voluntariosos por causa da dureza de seu entendimento. "O meu caso é
justo." O que fomenta a falsa religião nem pensa em redecorar a casa
de Deus. O cavalo segue solto, galopando!
É impressionante que, na tentativa de se livrarem da culpa e da vergonha, tornam-se escravos da pior espécie. Enganados e seduzidos pelos seus desejos, são como escravos do barco amarrados aos remos de seus desejos remando em direção às suas concupiscências. Pedro fala dos falsos mestres que "proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens . . . prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor" (2 Pedro 2:18-19).
É impressionante que, na tentativa de se livrarem da culpa e da vergonha, tornam-se escravos da pior espécie. Enganados e seduzidos pelos seus desejos, são como escravos do barco amarrados aos remos de seus desejos remando em direção às suas concupiscências. Pedro fala dos falsos mestres que "proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens . . . prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor" (2 Pedro 2:18-19).
Que
devemos fazer? Seria de grande ajuda fazermos um estudo cuidadoso e
refletido de 2 Pedro 2. Esse texto trata desse pecado mais que qualquer
outro capítulo da Bíblia. Também precisamos ouvir a Pedro em , quando diz
que o mundo "estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de
devassidão". Nossas vidas devem ser diferentes. Paulo
afirma: "Já é hora de vos despertardes do sono . . . deixemos,
pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz . . . Andemos
dignamente . . . e nada disponhais para a carne no tocante às suas
concupiscências" (Romanos 13:11-14). Evitar esse pecado não
acontecerá por acaso. Requer consciência, esforço concentrado de nossa
parte. E, se nos encontrarmos envolvidos nele, devemos saber que podemos
ser perdoados. Arrependa-se! (2 Coríntios 12:21)
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