1ª PARTE
Resolvendo conflito matrimonial
Introdução
O que falta a muitos casais é habilidade para discutir
os desacordos e resolvê-los. Na verdade, falta-lhes a
capacidade para discutir problemas sérios, chegar a um plano para resolvê-los
e, então, pôr em ação esse plano. Eu ressalto que esta é uma habilidade que
muitas pessoas simplesmente nunca aprenderam, mas que pode ser
aprendida.
O propósito deste estudo é aprender o que a Bíblia diz sobre como
resolver conflito no casamento.
Estamos preocupados com conflitos em geral, mas especialmente com conflitos
sérios, que destroem a relação entre esposo e esposa, e que podem
levar ao divórcio.
Considere os passos seguintes, que podem ajudar casais a evitar ou a
resolver tais problemas sérios.
1. Tenha fé
Muitos casais têm brigado e altercado tanto tempo que perderam a
esperança de que as coisas jamais melhorem. Eles se resignam a continuar
altercando e se odiando o resto de suas vidas, ou terminam o casamento pelo
divórcio.
Os casais precisam crer que, pelo poder de Deus, eles PODEM resolver
seus problemas de casamento se ambas as partes quiserem realmente trabalhar
nisso.
Filipenses 4:13 — Tudo posso naquele que me fortalece. Se
confiarmos em nós mesmos, podemos falhar. Mas precisamos acreditar que Jesus
nos proverá a força de que precisamos para agradar a Deus.
Pensamento cuidadoso nos convencerá que conflito sério no casamento não
é vontade de Deus para nós. Deus criou o casamento para o bem do
homem e da mulher. Ele nunca pretendeu que o casamento fosse uma fonte de ódio
e de amargos ressentimentos.
Ódio, altercações amargas e desunião em nossos lares significam que
alguém está desobedecendo a Deus.
O problema começou porque alguém desobedeceu a Deus ou o problema
original levou alguém a cometer outros atos pecaminosos. Em ambos os
casos, problemas matrimoniais sérios quase sempre envolvem pecado.
Se é assim, então podemos superar os problemas pelos mesmos métodos que
a Bíblia descreve para superar outros pecados! Reconhecer que o pecado
é a raiz do problema dá esperança, porque o cristão sabe que Deus tem a solução
para o pecado.
Contudo, o casamento envolve duas pessoas. O problema
entre duas pessoas pode ser completamente removido somente se ambas as
partes estiverem querendo trabalhar nele. Se somente uma das pessoas obedece a
Deus, a outra pessoa pode manter o problema vivo.
Porém, se seu cônjuge não trabalhar para melhorar o casamento, isto não
remove sua responsabilidade por fazer o que você puder.
Para agradar a Deus, você tem que seguir sua vontade, não importa o que
seu cônjuge faça. Você tem que acreditar que você pode agradar
a Deus, não importa como os outros ajam.
1 João 5:4 — Se somos nascidos de Deus, nós superamos o mundo por meio
da fé. Isto inclui superar relações familiares inadequadas,
mas temos que crer que isso pode ser feito pelo poder de Deus.
Se ambas as partes se incumbem de praticar o plano de Deus, qualquer
casal pode eliminar o pecado de seu casamento. E não importa se seu cônjuge
obedece a Deus ou não, você ainda pode agradar a Deus se você seguir
os passos que já vamos descrever.
(1 Coríntios 10:13; 2 Coríntios 9:8; Josué 1:5-9; Efésios 3:20, 21).
2. Ore pela força que Deus dá
Filipenses 4:6-7 — Não fique ansioso, mas por oração e súplica leve seus
pedidos a Deus. Os cristãos deverão fazer isto para todos os seus problemas,
mas especialmente para seus problemas matrimoniais. Se tivermos fé adequada
no poder de Deus, oremos diligentemente pelos nossos problemas matrimoniais.
1 João 5:14 — Confie em que, se pedirmos de acordo com sua vontade, ele
nos ouvirá (Mateus 6:13; 1 Pedro 5:7).
Quando temos problemas matrimoniais, especialmente os que são sérios,
precisamos crer que Deus corresponderá à oração. Se tanto esposo como esposa
são cristãos fiéis, então eles deverão passar mais tempo juntos e
individualmente, orando pela ajuda de Deus nos seus problemas.
Lembre-se, contudo, que Deus responde de acordo com sua vontade. Se o
cônjuge não é cristão ou não é fiel, então Deus não o forçará a
proceder corretamente. Ele pode, contudo, dar-lhe oportunidade de aprender sua
vontade para sua vida.
Quando sua família enfrenta problemas sérios, quanto vocês oram a Deus
juntos e confiam no seu poder para responder a seus pedidos?
3. Respeite a autoridade da Bíblia
Siga a Bíblia, em vez de sentimentos, sabedoria humana, etc.
Provérbios 3:5-6 — Confie no Senhor e deixe que ele guie
seus passos. Não se apoie em seu próprio conhecimento humano. Muito frequentemente,
casais preocupados buscam fontes de orientação fora da Bíblia.
Algumas pessoas seguem psicólogos, conselheiros matrimoniais, etc.
Outros são guiados pelos sentimentos. Pessoas se divorciam dizendo,
"Não sinto mais nada por ela (ou ele)." Mas nenhuma
quantidade de sentimentos pode mudar o que a palavra de Deus diz.
2 Timóteo 3:16-17 — As Escrituras provêm para todas as
boas obras. Se resolver um conflito matrimonial é uma boa obra, então a Bíblia
nos dirá como fazer isso. Outras pessoas podem ajudar, mas precisamos rejeitar
quaisquer ideias que não concordem com a Bíblia.
A maioria de nós aceita este ponto de vista da autoridade no que diz
respeito à salvação, adoração, organização da igreja, etc. Por que seria
diferente a respeito de nossos lares?
(2 Pedro 1:3; Jeremias 10:23; Provérbios 14:12; etc.)
Estude o que a Bíblia diz sobre seu problema.
Salmo 1:2 — O homem justo se deleita com a lei de Deus e medita nela dia
e noite. Se realmente acreditamos que a Bíblia tem as respostas, temos que
estudar o que ela diz. Isto é o que faríamos sobre qualquer outro problema
espiritual. Por que fazer de outro modo com respeito a problemas de família?
Atos 17:11 — Os crentes de Beréia aprenderam a verdade examinando as
Escrituras dia e noite. Precisamos fazer o mesmo quanto a nossos problemas
familiares.
Esteja disposto a obedecer a Bíblia.
Mateus 7:24-27 — O homem prudente não somente ouve o que a palavra de
Deus diz, mas também faz. O tolo ouve, mas não obedece.
Se crermos que a palavra de Deus contém as respostas para nossos
problemas conjugais, precisamos estar determinados a fazer o
que ela diz, e não apenas a aprender o que ela diz.
4. Respeite o padrão da Bíblia como autoridade no lar
Efésios 5:22-24 — A esposa precisa submeter-se ao seu esposo, assim como
ao Senhor.
1 Pedro 3:1 — Ela precisa obedecer ao seu esposo mesmo que ele não
esteja servindo a Deus. Uma esposa pode pensar que ela pode desobedecer ao seu
esposo se ele cometer pecado, mas Deus diz que ela ainda precisa obedecer. Ela
pode desobedecer somente se seu esposo pedir que ela cometa pecado (Atos 5:29).
Veremos que o esposo também tem indicações dadas por Deus para seguir
quando ele toma decisões. Frequentemente o conflito começa ou continua sem
solução porque o esposo desobedece aos ensinamentos da Bíblia sobre como tomar
decisões ou porque a esposa desobedece aos ensinamentos da Bíblia sobre
submissão.
Resolver conflitos requer que sejam tomadas decisões. Deus proveu um
modo de tomar essas decisões. Esposos precisam de prudência para tomar decisões
de acordo com as direções de Deus, e precisam de coragem para tomar
até as decisões duras. Então precisam de força para ver que essas decisões
sejam efetivadas. E as esposas precisam de força e de humildade para aceitar
essas decisões.
(Tito 2:5; Colossenses 3:18; etc.)
5. Aja com amor
5. Aja com amor
Os maridos deverão amar suas esposas como Cristo amou a igreja (Efésios
5:25,28,29). As esposas deverão amar seus maridos (Tito 2:4).
O amor é a preocupação com o bem estar de outros.
Efésios 5:25,28,29 — O amor de Jesus pela igreja ilustra o amor que os
esposos deverão ter por suas esposas. Ele nos amou tanto que deu sua vida para
que pudéssemos ser salvos. Assim o esposo deverá preocupar-se com o bem estar
da esposa. Ele deverá alimentá-la e tratá-la com carinho. Ele não deverá usar
sua autoridade só para agradar a si mesmo, mas para fazer o que é melhor para
ela e a família.
1 Coríntios 13:5 — O amor não é egoísta.
Romanos 13:10 — O amor não obra nenhum dano para o seu próximo.
Enquanto um ou ambos os cônjuges insistirem egoistamente no seu próprio
caminho, diferenças não serão resolvidas. Problemas sérios podem ser resolvidos
somente quando queremos buscar o bem estar de outros, além do nosso próprio.
O amor é uma decisão da vontade.
Efésios 5:25,28 — O amor pode ser governado, porque é matéria de vontade. Podemos
decidir amar ou não, assim como podemos decidir obedecer ou não a qualquer
outro mandamento.
Alguns pensam que o amor apenas acontece, e não pode ser dominado: você
"se apaixona" ou deixa de amar. Assim, se um casal "simplesmente
não ama mais um ao outro," nada pode ser feito exceto obter um divórcio.
Mas quando percebemos que podemos decidir amar, percebemos
também que podemos pôr amor num casamento. E se fracassamos em
pô-lo, pecamos.
Ainda mais, assim como Cristo iniciou o amor pela igreja quando éramos
pecadores que não agiam amorosamente para com ele, assim é a
responsabilidade primeira do esposo iniciar o amor. O mandamento é
ressaltado para o homem. Ele tem que amar a esposa primeiro e pôr amor na
relação, como Cristo primeiro amou a igreja.
Romanos 5:6-8 — Cristo amou-nos enquanto ainda éramos pecadores, não
porque éramos tão amáveis que ele não pôde se conter. Ele decidiu fazer
o que precisávamos que fosse feito.
Lucas 6:27-28 — Somos mandados amar nossos inimigos. Amar ao próprio
inimigo é mais ou menos o que custaria pôr amor em alguns casamentos! Mas
amamos inimigos, não porque incontrolavelmente "nos apaixonamos", mas
porque decidimos fazer o que é melhor para eles.
A declaração "Eu simplesmente não o/a amo mais" é uma
confissão de pecado! É preciso arrepender-se dela e corrigi-la como um ato da
vontade!
Quando discordâncias sérias se acumulam no casamento e não são
resolvidas, um ou ambos os cônjuges não estão decidindo mostrar amor.
O amor precisa ser expressado em ação.
O amor deverá ser expressado pelo que dizemos.
Efésios 5:25 — Os esposos deverão amar como Cristo amou a igreja. Mas
Cristo afirma seu amor pela igreja (Efésios 5:2; João 3:16). Assim, os esposos
deverão expressar amor um pelo outro em palavras.
Isto não exige um "sentimento" avassaladoramente romântico,
que jorra e não pode deixar de ser expressado. Estamos discutindo o amor por
decisão da vontade.
Podemos e devemos afirmar, pela decisão da nossa vontade: "Quero
que você saiba que ainda a amo, estou empenhado neste casamento e em seu
bem-estar."
O amor deverá ser expressado pelo que fazemos.
1 João 5:2,3 — O amor a outros exige que amemos a Deus e guardemos seus
mandamentos. Guardar os mandamentos de Deus é amar a Deus.
1 João 3:18 — Não devemos amar só por palavras, mas por atos e em
verdade. Isto é um princípio vital em cada lar. Devemos dizer coisas amáveis,
mas só isso não é o bastante. Temos que agir em amor.
(Lucas 10:25-37; 6:27, 28).
O amor exige dar e dedicação.
Dar a si mesmo é a essência do amor.
João 3:16 — Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu
Filho unigênito.
Efésios 5:25 — Jesus amou a igreja e deu-se por ela.
1 João 3:14-18 — Se vemos nosso irmão em necessidade e não lhe damos o
que é necessário, não temos amor.
Romanos 12:20 — Amar o inimigo exige dar de comer e de
beber quando necessário.
Uma exigência básica para resolver desacordos familiares é vontade de
darmos a nós mesmos pelo bem de outros.
É típico. O cônjuge se recusa a mudar porque está contrariado por alguma
coisa que o outro fez. Se fôssemos ver a situação honesta e objetivamente (como
se fosse problema de outra pessoa), admitiríamos que faríamos de modo
diferente. Mas recusamo-nos a mudar por causa de algum hábito ou característica
que não gostamos em nosso cônjuge.
A lição fundamental do amor de Cristo é que devemos desistir de nossos
próprios desejos pelo bem de outros, mesmo quando eles não estão agindo da
maneira que pensamos que eles deveriam. Não diga, "Eu mudarei se ele ou
ela também mudar." Se uma ação é boa para outros, faça-a, não
importa o que eles estão fazendo. Se temos estado errados, admitamo-lo, não
importa se eles admitiram seus erros.
Mesmo se estivermos convencidos de que não somos a raiz de um problema,
devemos perguntar-nos honestamente o que podemos fazer para melhorá-lo. Isto não significa
ignorar o pecado. Jesus não causou nosso problema de pecado e não transigiu com
o pecado, mas ele sacrificou-se para prover uma solução para o problema do
pecado. Ele não foi enviado apenas para criticar-nos pelo nosso pecado, mas
tornou-se envolvido para prover uma solução. Ele não fez tudo por nós, mas
certificou-se de que tínhamos um modo pelo qual podemos superar nosso problema.
Um cônjuge frequentemente
criticará: "É culpa dele (ou
dela), então que ele (ou ela) resolva". Mesmo se isso for verdade, ajuda?
Em vez disso, pense, "O que posso oferecer para fazer — como posso
envolver-me — para ajudar a resolver este problema?" Em vez de dizer,
"Por que você não faz isto?" diga "Por que nós não
trabalhamos juntos nisto?"
Enquanto nenhum esposo der o primeiro passo para desistir do que quer, a
desavença continuará. Quando alguém quer consentir pelo bem do grupo, uma
partida foi dada para a resolução do problema. Quando ambos querem consentir
pelo bem do grupo, uma solução será definitivamente encontrada.
O esposo tem a palavra final, mas não poderá fazer só o que ele quer.
Ele tem que pôr de lado seus próprios desejos e fazer o que é melhor para o
grupo. A esposa não poderá insistir no que ela quer, mas tem que consentir e
submeter-se às decisões do esposo.
(1 João 4:9, 19; Atos 20:35; Lucas 10:25-37)
David Pratte
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